Levantamentos realizados por entidades ligadas à saúde, como a Fundação Fiocruz, mostram que os profissionais da área da Saúde estão esgotados, reflexo não só da proximidade com o elevado número de casos e mortes de pacientes, colegas de profissão e familiares, como também das alterações significativas que a pandemia vem provocando em seu bem-estar pessoal e vida profissional.
De acordo com os resultados da pesquisa nacional, a pandemia alterou de modo significativo a vida de 95% desses trabalhadores. Os dados revelam que quase 50% admitiram excesso de trabalho ao longo desta crise mundial de saúde, mostrando que as condições de trabalho desses profissionais, desde o início da pandemia abalou aspectos físicos, emocionais e psíquicos.
Em relação aos funcionários locais, a situação não é diferente, pois graves e prejudiciais consequências à saúde mental daqueles que atuam na assistência aos pacientes infectados foram também detectadas.
No departamento de água e esgoto, por exemplo, existem relatos de que alguns servidores estão sob medicação (antidepressivo) para aliviar essa carga emocional vivida nesse período de pandemia.
É preciso atenção especial para essa categoria, pois a pesquisa relata a ocorrência de ocorrências graves com a perturbação do sono (15,8%), irritabilidade/choro frequente/distúrbios em geral (13,6%), incapacidade de relaxar/estresse (11,7%), dificuldade de concentração ou pensamento lento (9,2%), perda de satisfação na carreira ou na vida/tristeza/apatia (9,1%), sensação negativa do futuro/pensamento negativo, suicida (8,3%) e alteração no apetite/alteração do peso (8,1%).