Trata-se de Altamira Borges, uma grande baiana radicada em Penápolis que está contribuindo com o seu trabalho na elevação do nome de Penápolis, através do Museu do Sol, instituição cultural que tem em seu acervo obras da artista.
Altamira, desde criança, fazia suas pinturas em casa, mas só depois de adulta teve condições de se dedicar novamente à arte, e a sua proximidade com o Museu do Sol ocorreu após a sua banca de hortifrutigranjeiro fechar, quando ela pode se dedicar à pintura.
Como Altamira sempre gostou de desenhar, esse retorno veio ainda em 1982, quando ela começou a receber orientações básicas no atelier do Museu do Sol. Com sensíveis domínios de cores, observa tudo o que vê e não são poucos os registros.
Ela é uma entusiasta de Penápolis, mas a sua arte alcança os brasileiros e suas cidades num poético cotidiano, mostrando seu talento, sua criatividade e disciplina.
Altamira, no auge dos 88 anos, ainda produz incessantemente suas pinturas, destacando a arte que define colagens com objetos e materiais tridimensionais, baseando-se no princípio que todo e qualquer material pode ser incorporado a uma obra de arte.
Em uma entrevista ao portal Uol, a artista comentou sobre o seu trabalho, que retrata o universo de casamentos (noivas), e quando indagada sobre pintar “tanta noiva e casamento”, relata sobre o próprio.
Lembra que se casou numa cidadezinha muito humilde e queria uma coisa mais bonita que era casar na igreja, tirar suas fotos e fazer um álbum para que, quando tivesse seus filhos, pudesse mostrar para eles e os netos.
Embora estivesse vestida de noiva não deu certo casar na igreja, mas só no cartório. E, no cartório, como não tiraram suas fotos, ficou com essa cena na cabeça. Então, quando ia pintar , só pensava no casamento.
Em relação ao início de seus trabalhos no ateliê do Museu do Sol, a artista brasileira ainda pintava, principalmente, com guache e aquarela. No Museu, Altamira passou a usar tinta óleo e a fazer colagens tridimensionais. Integrada à cena local, que incluía outros artistas como Osvaldo Galindo e Celso Egreja. Altamira estreou, em 1985, em sua primeira exposição no 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste.
Na época da redemocratização, desenrolava-se uma efervescente cena artística no oeste paulista. O trabalho de Altamira passou a chamar atenção em outros eventos como o Salão de Belas Artes de Matão (SP), o Palácio da Cultura de Presidente Prudente (SP), Bienal Naifs do Brasil, entre outros espaços culturais.